Ocorreram no Brasil ao menos 39 casos de ataques em instituições educacionais de março de 2001 a março de 2024, resultando em mais de 235 vítimas, das quais 65 faleceram e mais de 170 ficaram feridas.
A lista inclui esfaqueamentos, tiroteios, incêndios criminosos e ataques com explosivos que ocorreram em escolas em território brasileiro. Acompanhe a linha do tempo e repare no aumento da incidência desse tipo de ocorrência:
Década de 2000
Houve ao menos 4 ataques em instituições educacionais no Brasil que ocorreram na década de 2000 até o ano completo de 2009. 5 pessoas morreram nesses ataques.
Década de 2010
Houve ao menos 10 ataques em instituições educacionais que ocorreram no Brasil na década de 2010 até o ano completo de 2019. 40 pessoas morreram nesses ataques.
Década de 2020
Houve ao menos 25 ataques em instituições educacionais que ocorreram no Brasil na década de 2020 até março de 2024; 10 dos ataques ocorreram apenas em 2023. 21 pessoas faleceram nesses ataques.
Com mais de sete ataques, o ano de 2023 é considerado o ano com mais ataques em escolas no Brasil. Levantamento de 20 anos feito pelo Instituto Sou da Paz revela que um em cada três ataques em escolas já registrados no Brasil aconteceu em 2023.
Veículos de imprensa anunciaram mudanças na forma de noticiar ataques a escolas.
CNN, Band, Grupo Globo e Canal Meio decidiram não divulgar nomes, fotos e vídeos dos acusados. A Empresa Brasil de Comunicação já adota esse protocolo em sua cobertura.
As medidas seguem recomendações de especialistas e de instituições para que a imprensa evite usar imagens, nomes e informações de suspeitos, de vítimas e da tragédia. O objetivo é evitar o chamado efeito contágio, que é estimular outros atentados.
Entidades médicas apontam conexão causal entre violência na mídia e comportamento agressivo em algumas crianças.
O Ministério Público de Santa Catarina e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também pediram que os profissionais de comunicação evitem a exposição de agressores e vítimas.
A professora e pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Danila Zambianco diz que o ideal é não trazer espetáculo e notoriedade para os autores desses atos.
"Não publicizar o seu nome, não publicizar a sua imagem, não trazer detalhes de como a situação aconteceu, de como eles construíram esse percurso. Às vezes, a notícia é quase um tutorial do massacre, de como se fazer. Então esse tipo de informação não tem que ser publicizado, não tem que ser veiculado", disse.
Danila Zambianco destaca qual seria o papel da mídia na cobertura. "O papel da imprensa precisa focar nas vítimas, na reconstrução daquele espaço, na reconstrução do sentido dessa escola, Cantinho Bom Pastor, para que ela possa adquirir agora um novo significado para essas pessoas, para que essa política pública de promoção da convivência [seja difundida], o acompanhamento disso junto às instituições estaduais, esse é o papel da imprensa."
Após o ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na capital paulista, em 27 de março de 2023, a Polícia Civil de São Paulo identificou, no ambiente virtual ou escolar, um aumento de situações que indicam planos de possíveis ataques em escolas. Em uma semana, foram registrados 279 casos. (dados de https://agenciabrasil.ebc.com.br/)
O Projeto de Lei 2362/23 prevê pena de três meses a um ano de detenção e multa para quem publicar, distribuir ou transmitir, por qualquer meio, incluindo a internet, informações que permitam identificar autores de crimes ou ameaças contra a vida praticados dentro de escolas. A proposta tramita na Câmara dos Deputados. (Fonte: Agência Câmara de Notícias)
Segurança em instituições de ensino
A presença de seguranças armados em escolas é um tema controverso e tem gerado uma série de debates entre especialistas. As opiniões variam amplamente, e os impactos percebidos podem ser positivos ou negativos, dependendo do ponto de vista e das circunstâncias específicas. Aqui estão alguns pontos destacados por especialistas sobre a questão:
Impactos Positivos
Sensação de Segurança: Alguns especialistas argumentam que a presença de seguranças armados pode aumentar a sensação de segurança entre alunos e funcionários, reduzindo o medo de violência escolar e permitindo um ambiente mais propício ao aprendizado. Essa sensação de segurança é particularmente relevante em áreas com altos índices de criminalidade.
Resposta Imediata a Ameaças: A presença de seguranças armados pode proporcionar uma resposta rápida e eficaz em caso de emergências, como tiroteios ou invasões, potencialmente salvando vidas e minimizando danos.
Prevenção de Incidentes: A simples presença de seguranças armados pode atuar como um fator dissuasivo, desencorajando potenciais agressores de tentar cometer atos violentos dentro da escola.
Impactos Negativos
Clima de Medo e Ansiedade: Outros especialistas destacam que a presença de seguranças armados pode criar um clima de medo e ansiedade entre os alunos. A visão constante de armas pode ser intimidante e contraproducente, afetando negativamente o bem-estar emocional e psicológico dos jovens.
Militarização do Ambiente Escolar: Há preocupações de que a presença de seguranças armados contribua para a militarização das escolas, desviando o foco do ambiente educacional e transformando-o em um espaço mais repressivo do que educativo.
Desigualdade e Discriminação: Em alguns casos, a presença de seguranças armados tem sido associada a práticas discriminatórias, especialmente contra estudantes de minorias raciais e étnicas. Isso pode exacerbar desigualdades existentes e criar um ambiente hostil para certos grupos de alunos.
Impacto no Desempenho Acadêmico: A atmosfera tensa gerada pela presença de seguranças armados pode prejudicar a concentração e o desempenho acadêmico dos estudantes. O ambiente de alta vigilância pode ser mais prejudicial do que benéfico para o desenvolvimento educacional e pessoal dos jovens.
Considerações sobre o tema
Os especialistas geralmente concordam que a implementação de seguranças armados nas escolas deve ser cuidadosamente avaliada e contextualizada. É essencial considerar fatores como a localização da escola, o histórico de incidentes de segurança, a percepção da comunidade e o impacto psicológico sobre os alunos. Além disso, muitos sugerem que medidas complementares, como programas de apoio psicológico, políticas de mediação de conflitos e iniciativas de construção de comunidade, são fundamentais para criar um ambiente escolar seguro e acolhedor sem depender exclusivamente de forças armadas.
Em resumo, enquanto alguns veem os seguranças armados como uma necessária medida de proteção, outros acreditam que a solução para a segurança escolar deve passar por abordagens mais holísticas e menos centradas na força e na intimidação.
Os especialistas da Melhor Alarme sugerem uma abordagem que alia a segurança presencial, sem que o porte da arma esteja visível, e um plano de ação mediante estratégia traçada em camadas:
Identificação do comportamento suspeito por monitoramento, acionamento de dispositivo de pânico, evacuação de pessoal (alunos e corpo docente) para área segura, e neutralização da ameaça por segurança capacitada.
Consulte nossos especialistas para maiores detalhes sobre segurança e planejamento estratégico de contenção a ataques em escolas.